O Sol também é uma estrela – Resenha

Sinopse: Natasha: Sou uma garota que acredita na ciência e nos fatos. Não acredito na sorte. Nem no destino. Muito menos em sonhos que nunca se tornarão realidade. Não sou o tipo de garota que se apaixona perdidamente por um garoto bonito que encontra numa rua movimentada de Nova York. Não quando minha família está a 12 horas de ser deportada para a Jamaica. Apaixonar-me por ele não pode ser a minha história.



Daniel: Sou um bom filho e um bom aluno. Sempre estive à altura das grandes expectativas dos meus pais. Nunca me permiti ser o poeta. Nem o sonhador. Mas, quando a vi, esqueci de tudo isso. Há alguma coisa em Natasha que me faz pensar que o destino tem algo extraordinário reservado para nós dois. O Universo: Cada momento de nossas vidas nos trouxe a este instante único. Há um milhão de futuros diante de nós. Qual deles se tornará realidade?

O sol também é uma estrela é acima de tudo uma história “real”. Não real no sentido literal, mas parece que pode acontecer com qualquer um. A trama aborda temas sensíveis como imigração, legal e ilegal, racismo e problemas familiares.

Tudo no livro é muito bem trabalhado e não há “pontas soltas”, tudo está lá por um motivo e melhor ainda, você descobrirá esses motivos. 

A troca de pontos de vista foi um recurso muito bem usado pela autora. Você conhecia toda a situação de fora e a inserção de capítulos de personagens que não são os protagonistas ficou incrível. Mostra como podemos fazer a diferença na vida de alguém com gestos “pequenos” ou “insignificantes”, então fica aí uma lição para todos nós: sempre que puder fazer algo, mesmo que não pareça nada, faça.

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O livro se passa em um dia, então não é corrido, mas também não é lento demais, tem um ritmo ótimo e totalmente compreensível, as vezes acho que eu vivi uma semana, mas foi só um dia. O contrário também é válido, sinto que se passaram somente e algumas horas e o dia já foi embora.

“Há uma expressão japonesa da qual eu gosto: koi no yokan. Não significa exatamente amor à primeira vista. É mais parecido com amor à segunda vista. É a sensação que a gente tem quando conhece uma pessoa por quem vai se apaixonar. Talvez você não a ame imediatamente, mas é inevitável que acabe amando.”

Os protagonistas

Natasha não foi uma personagem que me conquistou logo de cara, o que foi uma surpresa pois ao ler na sinopse que ela era apaixonada por ciências, já me identifiquei. Ao começar a leitura vi que ela era cética com algumas questões que iam diretamente de encontro as minhas. (Não eram questões políticas nem nada, apenas maneiras de ver a vida). Com o decorrer do livro, ela ganhou meu coração, tudo é explicado e no fim, Natasha é como todos nós, meros mortais, que insistem em acreditar veementemente no amor.

O que dizer de Daniel? Por onde eu começo? Daniel quer ser poeta, e está indo contra os sonhos que seus pais criaram para ele. Será mesmo que todos nós temos que ser médicos, advogados ou engenheiros para sermos felizes? Será mesmo que a felicidade e o dinheiro não tem nenhuma relação? Daniel é um apaixonado pela vida e sente tudo com uma intensidade absurda. Daniel é o tipo de garoto que eu gostaria de ter no meu grupo de amigos. Daniel é completamente “apaixonável”.

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Apertem os seus cintos, vamos decolar (spoilers)

Eu particularmente torci o tempo todo para que ela não fosse deportada, ou para que a deportação dela fosse ao menos adiada, mas nenhuma das duas coisas aconteceu. Fiquei revoltada, mas então parei para pensar: ninguém pode controlar outras pessoas. Minha real vontade era entrar no livro e fazer o Sr. Fitzgerald construir uma máquina do tempo e ir ao encontro com o juíz, mas a verdade é que ninguém pode obrigar ninguém a nada, mesmo quando a vida de outra pessoa depende disso.

A maioria dos poemas que li são sobre amor, sexo ou as estrelas. Vocês, poetas, são obcecados pelas estrelas. Estrelas cadentes. Estrelas riscando o céu. Estrelas morrendo. – As estrelas são importantes – afirmo, rindo. – Claro, mas por que não existem mais poemas sobre o sol? O sol também é uma estrela, e é a mais importante para nós. Só isso deveria valer um ou dois poemas.”

Com amor,

Ana Luiza Martins Cesario 

Ana Luiza Martins Cesário
Ana Luiza Martins Cesário

Por muito tempo viajei entre mundos mágicos e realidades sem contar para ninguém, agora escrevo sobre eles! Me chamo Ana Luiza e sou uma apaixonada por histórias de amor. Ás vezes a dose de coragem que precisamos é um amigo!

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